Diário do Finalista: Iakyma Lima

by 14:26 0 Pitacos
Esta foi a primeira vez que a estudante de Design de Moda, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Iakyma Rejane Silva Lima se inscreveu para participar do Concurso Paraná Criando Moda. Segundo ela a universidade teve um papel importante na sua participação, incentivando e orientando no desenvolvimento das propostas. “Depois da seleção, também existiu um apoio muito grande. Nessas horas algumas (professoras) viram amigas. Sei que posso contar com as elas, tanto para conselhos quanto para apoio emocional, e muito da força para executar as peças vem do constante incentivo delas”, afirmou Iakyma.

Para a Iakyma, participar do Concurso Paraná Criando Moda poderá dar uma grande visibilidade ao trabalho dela além da experiência adquirida. “O processo de produção das peças e de viabilização da proposta é um exercício de gestão muito grande. Gestão de recursos materiais, financeiros, de tempo. Isso acaba gerando muita experiência, e acho que isso fica visível em uma situação futura. Independente do resultado, o processo todo traz uma bagagem importante para a carreira”, ressaltou.

Eu fiquei sabendo do resultado do Concurso durante o Colóquio de Moda, em Maringá. Estava sendo monitora e andando o dia todo, então no meio de uma dessas correrias entre um lugar em outro, uma professora me abordou com o “parabéns, fiquei sabendo!”. Então eu fiquei sem entender, perguntei sobre o que ela estava falando e ela contou. Mas a ficha não caiu, continuei fazendo minhas coisas. “Ela deve ter se confundido”, pensei. Então mais duas outras professoras fizeram o mesmo. Então pensei: “ok, acho que é isso mesmo”.

A sensação foi uma mistura imensa de orgulho, alegria incontrolável e desespero. Sempre fui ansiosa, daquelas de sofrer por antecedência. Já comecei a me imaginar acordada durante as madrugadas, chorando, com olheiras imensas. E está sendo isso mesmo (haha).
A casa não me deixa mentir. Chegou naquele ponto de ter que andar pulando coisas pelo chão. Imagino, claramente, minha mãe vindo me visitar e ficando sem reação ao ver a situação do chão.

Não tem como deixar de pensar no Concurso. Durante o café da manhã fico pensando sobre como costurar aquele material super inusitado com aquele outro que eu não sei de onde tirei. Durante o banho, vem  a preocupação com os prazos e com a estamparia que não dá certo. E café, café, café. Energéticos, energéticos, energéticos. Comer quando dá tempo. Dormir quinze minutos e acordar desesperada achando que dormiu demais. Olheiras medonhas. Sonhar que está fazendo coisas do Concurso. Ligar para a mãe chorando. Ligar pro irmão desesperada, pedindo ajuda.

Nessas horas é importante ter gente por perto. Família e amigos são essenciais. A gente acaba ficando meio imerso demais nisso tudo e bate uma solidão, um desespero. O cansaço psicológico muitas vezes ultrapassa o físico. Então,  vem algumas pessoas perguntando "como você está?", ajudando mesmo que com uma simples palavra e isso faz toda a diferença. As professoras também ajudam muito. A ideia de como lidar com um material complicado que eu havia proposto surgiu de uma conversa com uma delas. Concurso é onde aquela frase “tudo funciona no papel, mas na realidade...” mais se torna verdade.



Na hora da execução aparecem uns pepinos imensos. A cada vez que um desses enigmas de como solucionar a roupa são resolvidos bate uma sensação imensa de alívio, de alegria. Por enquanto esse está sendo o maior barato, sabe. Mesmo com todas as noites de sono perdidas, com todas as preocupações, quando você vê que algo está dando certo bate uma sensação tão boa.

Depois de todo o sofrimento, aquele problema imenso é resolvido, e dá pra parar cinco minutinhos e beber uma xícara de chá. E então essa xícara de chá é a melhor do mundo! Assim, ao voltar para o trabalho tudo parece muito mais certo. Esta sendo um exercício freqüente de superação, e acho que o que fica, o que realmente importa, é isso: o aprendizado gigantesco, e independente do que acontecer, o saldo positivo e a sensação de dever cumprido são sempre um milhão de vezes maiores.



Boa sorte, Iakyma!